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Após flutuar em torno dos US$ 63 mil por boa parte do dia anterior, o bitcoin (BTC) recuperou-se rapidamente, voltando aos US$ 67 mil, impulsionado pelas declarações do Federal Reserve. Na decisão recente, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) optou por manter as taxas de juros dos Estados Unidos entre 5,25% e 5,5% ao ano, conforme esperado, mas também reiterou a expectativa de realizar três cortes de 0,25 ponto percentual ainda este ano.
Durante a entrevista após a divulgação do comunicado, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a possibilidade de uma redução nas taxas de juros ainda em 2024, caso a economia siga sua trajetória prevista. No entanto, Powell alertou para os riscos inflacionários e para as incertezas presentes no cenário econômico.
Para Valter Rebelo, especialista em ativos digitais da Empiricus Research, as sinalizações do Federal Reserve tiveram um impacto significativo nas expectativas do mercado. Em apenas dois dias, as apostas dos investidores para uma redução das taxas americanas em junho subiram de 50% para 80%.
Tasso Lago, fundador da Financial Move e especialista em criptomoedas, observa que a recente correção no mercado de criptoativos, desde que o bitcoin atingiu sua máxima histórica nos US$ 73.835, é um movimento saudável e não está diretamente relacionado às decisões do Fed. Ele ressalta que o impacto do Federal Reserve seria mais evidente em caso de descontrole da inflação, que, até o momento, não parece ser uma preocupação iminente.
Por outro lado, Mychel Mendes, fundador da Blue Consult e contador especializado em criptomoedas, destaca que o mercado também reagiu positivamente à menção de Powell sobre a discussão no Fomc a respeito da desaceleração do processo de aperto quantitativo. Isso sugere uma possível mudança para uma postura mais flexível do Federal Reserve no futuro próximo.
Na manhã desta quinta-feira (21), o bitcoin registra uma alta de 5,1% em 24 horas, cotado a US$ 67.289, enquanto o ether, a moeda digital da rede Ethereum, apresenta um ganho de 6,4%, alcançando US$ 3.545, segundo dados do CoinGecko. O valor de mercado total de todas as criptomoedas atinge US$ 2,67 trilhões. Em relação ao real brasileiro, o bitcoin valoriza 3,64%, chegando a R$ 335.802, enquanto o ether avança 4,67%, alcançando R$ 17.679, conforme valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins, a solana (SOL) dispara 8,3% a US$ 189,84, o BNB (token da Binance Smart Chain) avança 4% a US$ 559,42 e a avalanche (AVAX) registra alta de 1,5% a US$ 55,32.
Rebelo observa que, no âmbito das altcoins, o mercado agora projeta que o primeiro ETF à vista de ether dos EUA não será aprovado em maio de 2024. Ele destaca que a aprovação de um ETF de ether só deve ocorrer no final do ano ou com uma possível troca de gestão na SEC em abril de 2025, caso o candidato republicano Donald Trump seja eleito presidente dos EUA.
Por outro lado, uma novidade positiva para a rede Ethereum é que a BlackRock, uma gestora trilionária, estaria iniciando testes de tokenização de fundos utilizando a blockchain.
Quanto aos ETFs spot de bitcoin, ontem foi o terceiro dia consecutivo de saldo líquido negativo. Os fundos registraram um fluxo de saída de US$ 261,5 milhões, impulsionado principalmente pelas retiradas do GBTC, o trust transformado em ETF da Grayscale. Apesar disso, o saldo negativo foi menor do que o registrado na terça-feira (19), quando as saídas totalizaram US$ 326,2 milhões.
